Quando eu era um bebê na fé, aos 33 anos de idade, eu li a Bíblia pela primeira vez. Eu estava empolgada e maravilhada com o que aprendi. Eu amava ao Senhor e desejava mais do que qualquer coisa agradá-lo e não pecar mais contra Ele. Havia, entretanto, uma questão que ficava martelando na minha mente: Por que Deus deixa coisas ruins acontecerem? Esta questão se estabeleceu na minha mente quando fui até o capítulo 9 de Romanos. No decorrer do capítulo eu ficava chocada com afirmações do tipo: “Pois ele diz a Moisés: Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão.” Mas, a palavra que realmente fez sentido para mim foi: “Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?! Porventura, pode o objeto perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim?” (Rm 9.15, 20).

Bem, eu parei de ler e refleti sobre o que havia lido. E concluí que, afinal, a criação é a criação de Deus, e nós fomos criados para glorificá-lo da maneira que Ele determinou. Eu duvido que, sequer conhecia a palavra soberania até então, mas hoje eu posso declarar que Ele é o Rei Soberano dos céus. Governar-nos é Seu privilégio, gostemos ou não. Felizmente, Ele é bom, amável, misericordioso e santo. Ele é quem determina qual a melhor forma de O glorificarmos.
Então, eu continuei lendo. Eventualmente, eu fui para o capítulo 5 de Efésios. Misericórdia! Fiquei assustada ao descobrir que, como esposa, eu tinha que ser submissa ao meu marido. Tendo sido uma pessoa muito independente em toda a minha vida e sendo feminista, eu estava perplexa. A coisa mais incrível, porém, foi que apesar das minhas crenças anteriores, eu tinha um novo coração e ansiava agradar a Deus, não importava o que isso significasse. Uma vez que eu superei o choque, eu orei e pedi a Deus para me transformar naquele tipo de esposa. De fato, eu comecei a me alegrar ao saber que estava agradando ao Senhor e ao meu marido Sanford.

Sanford e eu tivemos muitos conflitos, mas um continuava acontecendo. O conflito era sobre a maneira como eu enxaguava as louças que eu havia lavado. Quando eu lavava a louça eu estava, como sempre, com pressa. Por causa disso, eu nem sempre enxaguava todas as louças perfeitamente. Por toda nossa vida de casados, ele de vez em quando dizia: “você não tirou toda a espuma de sabão da louça”. O meu eu, antes da salvação responderia: “se você não gosta de como estou lavando a louça, lave você mesmo!” O meu eu salvo continua, às vezes, não gostando que me digam o que fazer. Então, veio o inevitável confronto.

Eu estava lavando a louça e enxaguando um copo que havia acabado de lavar. Sanford andou pela cozinha e ficou atrás de mim, ele percebeu que eu estava prestes a colocar o copo limpo no escorredor e disse: “você não tirou toda a espuma do copo.” Agora, para o meu mérito, o copo não estava respingando sabão, mas ele deve ter visto alguma coisa. Bem, em meu coração, eu pensei: “se você não gosta de como eu lavo a louça…” Rapidamente, porém, pensei: “ele está me dizendo para enxaguar o copo novamente, e eu preciso ser submissa”.

Nenhum de nós disse palavra alguma, mas Sanford parou para ver o que eu ia fazer. A água estava jorrando, e eu sabia que tinha que enxaguar o copo novamente. Eu não queria fazer isso, mas eu sabia que o Senhor queria que eu fizesse. Enquanto isso, como eu havia considerado o que eu devia fazer, meu braço estava travado em uma posição estendida e desconfortável. Então, eu comecei na minha mente, a falar com meus braços: “vamos lá, você consegue! Enxágue a louça novamente.” Levou tanto tempo até meu braço começar a se movimentar em direção à água que estava jorrando, que os músculos começaram a doer.  Finalmente, eu convenci meus braços a irem em direção à água e cuidadosamente enxaguar o copo de novo.

Depois de enxaguar e colocar no escorredor, eu comecei a lavar as outras louças. Meu marido disse espantado: “você fez isso!”. Eu respondi: “sim, você falou pra eu fazer!”. Ele replicou: “mas você fez isso!”. Aquele momento foi uma reviravolta na minha caminhada com o Senhor. O Senhor estava me testando e me ensinando a ser fiel, até nas mínimas coisas. A submissão estava começando a ser minha alegria.

Deus, em sua bondade, tinha me preparado para amar pensar a respeito do Seu soberano controle sobre minha vida; e quando eu aprendi sobre Seu plano soberano para mim em meu papel como esposa, Ele me deu graça para obedecê-lo. 

“As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor; porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo. Como, porém, a Igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido”. Ef 5.22 – 24

Não há melhor lugar para uma esposa do que estar debaixo da soberana vontade de Deus.

*Martha é casada com seu namorado da escola, Sanford Peace, desde 24 de setembro de 1966. Eles têm dois filhos: Anna Maupin e David. Martha e Sanford têm 12 netos. Martha é ativa com sua família na Faith Bible Church, que fica localizada nos arredores de Peachtree City, na Geórgia, onde ela ensina aulas de estudo da Bíblia para mulheres e aulas de aconselhamento, bem como aconselhamento no centro de aconselhamento da igreja.

**Esse texto foi originalmente publicado no blog Martha Peace, traduzido com permissão do autor.

***Traduzido por: Adriana Araújo Revisado por: Paula Lima.