Fonte da Imagem: Pinterest

Todos sabemos que a mãe é o coração do lar, a sua casa tem seu jeito, suas cores, suas preferências e a atmosfera do seu lar é o seu perfume. Hoje eu gostaria de conversar com vocês sobre a verdadeira cultura materna. A mãe é um pilar insubstituível do lar, ela pode afetar o destino de gerações pelo simples fato de educar seus filhos.

A nós foi confiado um trabalho sublime, o árduo trabalho de gerar, cuidar e educar seres eternos. Graça sem medida do Senhor para conosco, pois não existe nada tão profundo como a maternidade para moldar a vida da mãe e dos filhos conforme a vontade de Deus.

Ser mãe é um chamado divino que traz consigo grande responsabilidade e exige coisas sublimes. Quando uma mãe não entende ou não aceita esse chamado, ela pode começar seguir alguns caminhos e enxergar seus filhos como fardos, sentir-se sobrecarregada ou partir para o outro extremo, deixando-se levar por jargões achando que ela é uma mulher forte e que por suas próprias forças tudo pode.

A verdade é que sem Deus nada podemos, somos miseráveis pecadoras e que carecemos da graça e misericórdia do Senhor.

A mãe está educando seus filhos o tempo todo e a sua cultura tem peso nessa educação. A cultura é algo que é cultivado e passado de geração em geração, pode ser algo bom ou algo ruim. Podemos de forma desatenta estar ensinando algo a nossos filhos e perpetuando uma má cultura, por outro lado quando fazemos isso de forma intencional com dedicação, esforço e empenho, certamente estamos escolhendo boas coisas.

Eu tenho uma horta na minha casa, na verdade todo o meu jardim da casa foi pensado em forma de cultura, eu fiz um paisagismo comestível e portanto todos os dias temos muito o que fazer, frutas e ervas para serem colhidas, ervas daninhas para serem arrancadas, terra a ser trabalhada e adubada, rotação de culturas, plantas sazonais a serem trocadas e em tudo isso eu estou também ensinando de forma intencional, com propósito, os meu filhos.

Na bíblia nós temos exemplos de mães e sua cultura, assim como o direcionamento de como os pais devem proceder na educação de filhos: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele.” (Provérbios 22:6)

“Filho meu, ouve o ensino de teu pai e não deixes a instrução de tua mãe.
Porque serão diadema de graça para a tua cabeça e colares, para o teu pescoço.” (Provérbios 1:8,9)

Um texto que sempre chamou minha atenção na bíblia é o de Tito 2: 3- 5:

“Quanto às mulheres idosas, semelhantemente, que sejam sérias em seu proceder, não caluniadoras, não escravizadas a muito vinho; sejam mestras do bem, a fim de instruírem as jovens recém-casadas a amarem ao marido e a seus filhos, a serem sensatas, honestas, boas donas de casa, bondosas, sujeitas ao marido, para que a palavra de Deus não seja difamada.”

Aqui já vemos claramente a questão “cultural”. Cultura pode ser definida primordialmente de duas formas, a primeira é como sendo o “ato, processo ou efeito de trabalhar a terra, a fim de torná-la mais produtiva; cultivo, lavra.” (Dicionário Michaellis) e a segunda como sendo “um conjunto de tradições, conhecimento de uma dada sociedade, de um grupo ou classe social, que revela nível aprimorado de cultura e cabedal de conhecimentos” (Dicionário Aulete).

No texto de Tito 2 vemos a importância da cultura cristã, hoje em dia nós, infelizmente, temos dificuldades de encontrar senhoras dentro de nossas igrejas que se encaixem na descrição do texto de Tito.

Mulheres essas que têm domínio próprio, cujas palavras agradam ao Senhor como no Salmo 19: 14: “As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença, Senhor, rocha minha e redentor meu!”.

Mulheres que são temperantes e não se deixam levar por bebedices e que são mestras do bem. Note que ser mestre em algo é deter o conhecimento e exercer com maestria aquela função e, portanto, essa senhora é alguém que tem uma vida trilhando esse caminho.

Gostaria de chamar atenção para a parte inicial do versículo 4: “a fim de instruírem as jovens recém casadas…”. Quando leio esse texto, eu olho para mim e volto no tempo, no momento antes de casar, e me olhando no espelho penso em bons conselhos que fariam diferença na minha vida de casada e mãe. Você já pensou sobre isso?

Vivemos numa época em que, infelizmente, em algumas igrejas é difícil senhoras que de fato possam cumprir o que está neste texto e sempre me pego a pensar que um dia eu quero poder ser uma senhora como essa de Tito 2 e oro para que o Senhor me capacite cada dia mais.

Diariamente as mulheres cristãs tem sido bombardeadas por conceitos anticristãos e feministas, confundindo, sobrecarregando e sufocando a brilhante e excelsa carreira da maternidade.

Quando tiramos os olhos de Deus e olhamos para nós mesmas ou uma para as outras nos sentimos sobrecarregadas, cansadas, nos esquecemos de nos cuidar e nutrir espiritualmente e isso faz uma diferença tremenda em nosso estado físico e emocional.

Uma maternidade saudável vem do Senhor, Ele nos capacita e mães piedosas e experientes podem ajudar às mulheres mais jovens a exercer a maternidade conforme os propósitos de Deus. A maternidade, ao contrário do que o mundo prega, não é desgaste e atrito! Nós temos que ter em mente que a mãe no lar está fazendo “contribuições visíveis e invisíveis” (Karen Andreola) na vida de seus filhos.

A mãe enquanto cuida do lar, nutre seus filhos e os educa, precisa ter a consciência de que também precisa crescer, investir em sua autoeducação e no seu desenvolvimento. Uma mãe que não se preocupa no seu próprio crescimento cultural será uma visão muito triste no futuro, ela terá se desgastado tanto “na infância e juventude de seus filhos que não terá nada para oferecer durante a juventude deles.” (A., Parent’s Review)

Cabe a nós mulheres cristãs resgatarmos essa cultura materna e ensinarmos às mais jovens esse segredo de crescimento constante. Precisamos ajudar as demais a se despirem de toda a imundícia do feminismo, lembrando das ervas daninhas na horta, e incentivando-as a buscarem a verdadeira feminilidade.

Sei que existem muitas mulheres que querem ser boas mães, mas não foram ensinadas a como fazer isso, pois a cultura materna não foi preservada na família.

Em outra parte do texto lemos “a serem sensatas, honestas”, algumas vezes estamos tão habituadas a ver o padrão comum regente no mundo que uma simples palavra como “sensata” pode ter o sentido distorcido.

Muitas mulheres são cristãs desde o berço, outras se convertem na caminhada da vida, mas vejo um padrão geral pelo mundo todo que é a preocupação de serem boas mães e esposas e não saberem como.

Uma das bençãos da vida cristã é que temos a família da fé e a vida de muitas mães podem ser impactadas por uma mulher verdadeiramente piedosa.

A maternidade é o moldar de Deus em nossas vidas e o nosso foco deve ser fazer o nosso melhor, assim como no texto: “Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus”. (1 Coríntios 10:31)

O segredo da cultura materna faz com que transbordemos bençãos para os nossos filhos, para o nosso marido, nosso lar e permite que todos a nossa volta sejam contagiados por uma mãe plena e feliz, pois ela tem consciência dos propósitos de Deus para a sua vida

Que esse resgate da verdadeira cultura materna possa começar em cada uma de nós e que todas possamos ouvir a esse chamado da maternidade plena.


Rachel Haswell é casada com Daniel Haswell, mãe de 4 crianças (3 meninas e um menino), é mãe educadora e tem ajudado centenas de famílias pelo mundo com seus materiais didáticos e cursos, entre eles a “Mentoria Cultura Materna”.

www.instagram.com/familyhastools

www.familyhastools.com